O Mundo Budista - Artigos

O Mundo Budista (parte 1 de 2)

O Mundo Budista - Artigos

A 12 de Fevereiro, comemora-se o Ano Novo Chinês. Esta é uma data muito importante para o mundo budista. Por isso, queremos dar-vos a conhecer um pouco mais sobre a vida de pessoas budistas em diferentes contextos em todo o mundo, para vos inspirar a orar por elas.

 

 

Quais são os ensinamentos de Buda?

Buda encontrou os seus companheiros originais na busca da iluminação e pregou-lhes o seu primeiro sermão, onde esboçou as “Quatro Nobres Verdades”:

1. A vida está cheia de sofrimento e insatisfação.

2. O sofrimento surge da ignorância e do desejo.

3. O sofrimento só pode cessar se se acabar com a ignorância e o desejo.

4. O caminho para acabar com a ignorância e o desejo é através do “Caminho do Meio” ou do “Nobre Caminho Óctuplo”.

 

O sofrimento, segundo Buda, vem do nosso desejo por coisas que não são permanentes. Este desejo mantém-nos presos a um processo contínuo de morte e renascimento onde tudo, mesmo o nosso próprio eu, é uma ilusão. A única forma de sair do ciclo infinito de renascimentos é percorrer o “Nobre Caminho Óctuplo”, evitando extremos e vivendo com uma compreensão correta, pensamento correto, discurso correto, conduta correta, sustento correto, esforço correto, atenção correta e, finalmente, concentração correta.

O fim do caminho não é a comunhão eterna com Deus, mas antes – tal como a chama de uma vela a extinguir-se – um estado onde o desejo termina. Isto acontece através do esforço próprio, e não há crença num Deus criador supremo, como diz na Bíblia. 

 

 

Que tipos de budismo existem?

Existem três grandes correntes do budismo: Theravada, Mahayana e Tibetana. Nos últimos anos, os ocidentais têm adotado várias formas de budismo que se concentram principalmente na busca da paz interior. Por vezes seguindo professores budistas tradicionais ou seguindo uma forma que mistura tradições asiáticas com noções ocidentais de budismo.

 

 

O budismo entre os chineses Han

O budismo Mahayana viajou da Índia para a China há 2.000 anos ao longo da Rota da Seda. Foi adotado por muitos e incorporado nas crenças tradicionais chinesas no ensino confucionista e na religião taoista. Nos últimos anos, juntamente com o cristianismo, o budismo tem assistido a um reavivamento com estimativas de até 245 milhões de budistas chineses, a seguir várias escolas de budismo. A maioria dos chineses Han diria que não são religiosos. Embora a maioria dos chineses procure o sucesso e a riqueza, muitos chegam à conclusão de que isso não traz paz e satisfação.

A religião é fortemente regulamentada na China, o que torna difícil para a crescente população cristã partilhar a sua fé. Orem por oportunidades para que os cristãos chineses partilhem os seus testemunhos com amigos budistas e vizinhos.

 

 

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A Tribo Loba do Nepal

 

O Chimmi é da tribo Loba. Ele nasceu numa aldeia remota em Mustang, no Nepal, uma região norte que faz fronteira com o Tibete. O Chimmi acreditava no karma, a ideia de que as boas ações são recompensadas e as más ações diminuem as boas recompensas. Ele tentou ser uma boa pessoa e ganhar bons méritos, mas achou tudo isso difícil. Acabou na prisão, onde conheceu dois homens que se tinham tornado cristãos. Eles visitaram o Chimmi e deram-lhe um folheto sobre a vida de Jesus, o qual ele leu uma e outra vez. Ele começou a ver a sua vida de forma diferente e a compreender que Jesus o amava e sofreu por toda a humanidade. Depois de ter sido libertado da prisão, regressou à sua família para partilhar a sua nova fé com outros Loba e também eles se tornaram crentes.

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Budistas no Butão

No reino budista do Butão, apenas os Lamas (líderes espirituais) aprendem as coisas mais profundas do budismo e são responsáveis por guardar a visão do mundo da sociedade no Butão. Na escola, onde os estudantes aprendem Dzongkha, a língua oficial do Butão, também memorizam e recitam orações matinais e noturnas. As orações escolares são para o deus da sabedoria, por pessoas especiais e pelo bom renascimento. O ato de orar – fazer orações memorizadas ou repetitivas – é útil para o karma de uma pessoa. Um bom karma precisa ser merecido para que haja um melhor renascimento.

 

 

Povo Ladaque da Índia

A região de Ladaque é frequentemente referido como “Pequeno Tibete” devido à influência do Tibete, país vizinho. A população divide-se uniformemente entre os budistas tibetanos do Oriente e os muçulmanos de Caxemira do Ocidente, o que os pode levar a um conflito devido às suas diferenças religiosas.

Nas últimas três décadas, muitas coisas mudaram em Ladaque devido à modernização. O Departamento de Agricultura de Ladaque conseguiu persuadir os agricultores a utilizar fertilizantes químicos e a substituir os seus sistemas tradicionais de trabalho comunal por uma melhor produção. Mas em matéria de religião, as práticas tradicionais budistas ainda são seguidas e transmitidas às novas gerações.

 

 

O Povo de Tai Lue

O povo de Tai Lue é um grupo étnico que vive na China, Laos, Tailândia, Birmânia e Vietname que fala a língua Tai. Na China, são oficialmente reconhecidos como parte do grupo étnico Dai que vive na província meridional de Yunnan, China. O povo Tai Lue espalhou-se do sul da China, para as nações vizinhas do Laos, Tailândia, Mianmar e Camboja, onde adotou o budismo Theravada.

O povo de Tai Lue nas aldeias pode recordar-se das histórias que os seus avós contavam sobre as pessoas que os visitavam montados em elefantes no século XIX. Essas pessoas viajavam de aldeia em aldeia para partilhar histórias sobre Jesus. Algumas das suas histórias foram até traduzidas para as línguas locais, mas a maioria da população continuou a seguir o budismo Theravada.

 

 

 

 

Esta é a primeira parte de dois artigos sobre o mundo budista. Para leres o segundo artigo, clica aqui.

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