Livre para Partilhar
Quando Lynchee Buakham pensa em 2020 – o seu primeiro ano a liderar a equipa da OM na Tailândia – e na nova pandemia do coronavírus que mudou todos os seus planos, a primeira palavra que lhe vem à mente é “gratidão”.
A constante incerteza, devido a regulamentos e restrições relacionados com a pandemia, requer flexibilidade e criatividade. Atributos esses que Lynchee e a sua equipa já adotaram. “Eu acho que este é, na verdade, o momento em que o mundo vai mudar! E estou grata a Deus por Ele já me ter permitido experimentar esta dificuldade”, explicou.
Lynchee estudou administração e trabalhou na área de marketing durante seis anos antes de se juntar à OM. E nunca sonhou em trabalhar a tempo inteiro para o ministério, muito menos vir a liderar a equipa. Deus trabalhou gradualmente na sua vida, levando-a primeiro até ao Logos Hope, parte do Ministério OM Navios, por três anos e meio. “Ver pessoas ao redor do mundo e as suas necessidades, não apenas físicas, mas também espirituais, abriu os meus olhos para o que João 3:16 significa… que ‘Deus amou o mundo de tal maneira’”.
Quando regressou à Tailândia, Lynchee orou sobre uma outra escolha: continuar a servir a tempo integral com a OM ou voltar ao mercado de trabalho “para juntar dinheiro para missões”. “Deus já tinha plantado no meu coração o desejo para fazer missões. Por isso eu sei que a minha vida é para isso, mas eu só queria saber de que maneira.”
Deus confirmou o seu papel como colaboradora a tempo integral e Lynchee começou a servir na sede da OM na capital da Tailândia, Banguecoque. Tendo trabalhado nesta função por vários anos, antes de ser escolhida como líder, Lynchee sabia “como trabalhar numa situação normal”, explicou. O coronavírus alterou as condições, mas não a missão! “Desde o início da pandemia que começamos a pensar como é que vamos chegar à comunidade num tempo de crise como este.”
Ajuda Prática, Preocupação Pessoal
Lynchee e a sua equipa, sediada em Banguecoque, têm uma parceria com colaboradores noutras áreas do país. Estas aldeias são predominantemente budistas (também com uma forte presença islâmica no sul do país). E para as pessoas que ali vivem, “o centro dos seus corações está no templo”, descreveu Lynchee.
À medida que o governo começou a planear ajudas por causa da pandemia, Lynchee disse que a sua equipa decidiu enviar dinheiro para alguns parceiros que trabalham noutras províncias. Uma vez que poderia levar vários meses até que a ajuda do governo fosse distribuída para áreas fora de Banguecoque.
Um parceiro usou os fundos de socorro da OM para comprar arroz para famílias que viviam na sua aldeia. Essa ajuda prática aliada a uma preocupação pessoal abriu portas numa comunidade que tinham estado fechadas nos últimos cinco anos. “Mesmo a ajuda tendo sido muito pouca, mudou totalmente a atitude e o comportamento das pessoas na aldeia em relação a este colaborador, embora já o conhecessem há bastante tempo”, disse Lynchee. “Agora estão mais recetivos e muitos deles convidam-no a entrar nas suas casas e a orar pelas suas famílias.”
Numa outra aldeia, os colaboradores da OM já tinham visto Deus a edificar uma pequena igreja. Por isso, juntamente com outros crentes, identificaram pessoas em aldeias vizinhas que também precisavam de ajuda como resultado da pandemia. As pessoas desta região combinam budismo com crenças animistas, recorrendo frequentemente a curandeiros para combater doenças e outras maleitas. Por conseguinte, quando os colaboradores levaram ajuda para as famílias, eles apresentaram-se como seguidores de Jesus. Explicaram que Ele havia provido ajuda para eles e ensinaram-lhes a orar a Ele. “Mesmo que eles não compreendam, eles já ouviram este nome – Jesus. E eles próprios conseguem aprender a orar quando precisarem de ajuda”, explicou Lynchee.
Dispostos a Aprender
Esta abordagem — começando pelo nome de Jesus — reflete uma mudança de como os crentes tailandeses, incluindo Lynchee, aprenderam a partilhar o evangelho. “No passado, os cristãos partilhavam a sua fé e simplesmente chamavam ‘Deus’ a Deus”, disse Lynchee. “Mas na Tailândia, eles têm milhares de deuses nos quais acreditam. Quando partilhavam com eles a respeito deste Deus, por vezes ficavam confusos, porque não sabiam a que deus se referiam.”
Lynchee cresceu numa família cristã no norte da Tailândia. E ela costumava ter medo de partilhar o evangelho, “porque as pessoas detestam que lhes digamos que são pecadoras e que precisam de Jesus.” Simplificar esta mensagem e partilhar um testemunho pessoal “para que as pessoas compreendam quem Jesus é e quão santo e poderoso Ele é… os tailandeses gostam disso!” exclamou.
“Penso que o erro que cometia na minha juventude era pensar que estava a mudar alguém quando compartilhava o evangelho. O que é totalmente errado! Eu não compreendia que o meu dever era dizer-lhes o que eu acredito e apresentar-lhes quem Jesus é e que a parte da mudança dos corações pertence a Jesus.”
Ao ter reconhecido esta verdade fundamental, Lynchee disse: “É como se uma montanha me tivesse sido tirada de cima. Ou como se algo que estivesse a bloquear-me ou a fazer-me temer ir até às pessoas e falar-lhes sobre Jesus tivesse sido removida. Isso transformou-me totalmente. Mudou o meu coração e o meu entendimento. Para um crente partilhar a sua fé com os outros é muito fácil e requer sinceridade.”
Embora a mensagem do evangelho tenha chegado à Tailândia há 200 anos, o país de 67 milhões de pessoas continua predominantemente budista, com 0,7% de cristãos evangélicos. “Nós acreditamos e temos esperança de que um reavivamento aconteça na Tailândia. E de alguma forma nós sabemos que não acontecerá em grandes igrejas. Mas surgirá através de pessoas normais que verdadeiramente vêm a conhecer quem Jesus é.”
“Tudo o que as igrejas precisam de fazer é simplesmente sair à rua”, disse Lynchee. “Não é evangelizar e trazer pessoas para a igreja, mas sim levar a igreja para as aldeias. A Igreja não é um edifício, mas as pessoas que têm Jesus consigo.”
Ore para que Deus dê coragem aos crentes tailandeses. E que os encha de sabedoria para partilharem Jesus de forma simples com os seus vizinhos budistas.
Ore para que a equipa da OM receba orientação do Espírito Santo para saber lidar com o coronavírus e por aqueles em aldeias rurais. Que a equipa continue a ter oportunidade de chegar às suas comunidades.
Ore para que os colaboradores em Banguecoque, como a Lynchee, se mantenham intimamente ligados a Deus enquanto estão fisicamente distantes da sua equipa.
Estamos a trabalhar com um Centro de Educação Cristã no Norte da Tailândia. Na imagem vemos o arrozal ao lado do centro. A OM Tailândia está a organizar uma missão de curto prazo ao centro de educação. A área está repleta de pessoas tribais que mal podem ouvir o nome de Jesus.
Texto de: Nicole James
Data: 25/01/2021